domingo, 13 de abril de 2014

SUCESSO NEGRO


As dificuldades por que o país atravessa pouco têm a ver com a propaganda governamental. Passos, Portas e todos os seus afilhados que passam a vida a tecer loas à acção governativa na comunicação social, torpedeiam descaradamente a verdade aproveitando pequenos sinais positivos e escondendo o grosso da realidade. É bem provável que muitos portugueses se sintam baralhados já que, por um lado, as evidências apontam um futuro muito sombrio enquanto da parte da maioria de direita chegam todos os dias promessas de “amanhãs que cantam”.
Este texto da autoria de Nicolau Santos, que transcrevemos do Expresso Economia de ontem, é mais uma prova de que o sucesso propagandeado pelo Governo não é muito mais do que uma miragem.
Esta semana, as más notícias vieram todas do FMI. No relatório sobre Estabilidade Financeira Global, o Fundo mostra que a redução dos elevados níveis de endividamento das empresas portuguesas não financeiras, um dos objectivos do programa de ajustamento, foi bastante modesta entre 2009 e 2013: 1,3 pontos, contra 9,8 da Irlanda e 21,1 em Espanha. Mais: entre as 11 economias “avançadas”, Portugal é o país que apresenta a mais elevada dívida bruta do sector empresarial em percentagem do PIB (118%, contra a média europeia de 68%). Ora empresas altamente endividadas têm muita dificuldade em obter financiamento para investir. E uma economia que não investe não cresce. Por outro lado, a base de dados do FMI (citada pelo “DN/Dinheiro Vivo”) mostra que Portugal continuará entre os 15 países do mundo com maiores taxas de desemprego nos próximos cinco anos, apesar da previsível descida de 16,2% em 2013 para 12,9% em 2019 – e que vamos estagnar no ranking da riqueza média por habitante. É o sucesso em todo o seu esplendor! 

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