As
dificuldades por que o país atravessa pouco têm a ver com a propaganda
governamental. Passos, Portas e todos os seus afilhados que passam a vida a
tecer loas à acção governativa na comunicação social, torpedeiam descaradamente
a verdade aproveitando pequenos sinais positivos e escondendo o grosso da
realidade. É bem provável que muitos portugueses se sintam baralhados já que,
por um lado, as evidências apontam um futuro muito sombrio enquanto da parte da
maioria de direita chegam todos os dias promessas de “amanhãs que cantam”.
Este
texto da autoria de Nicolau Santos, que transcrevemos do Expresso Economia de
ontem, é mais uma prova de que o sucesso propagandeado pelo Governo não é muito
mais do que uma miragem.
Esta semana, as más notícias
vieram todas do FMI. No relatório sobre Estabilidade Financeira Global, o Fundo
mostra que a redução dos elevados níveis de endividamento das empresas
portuguesas não financeiras, um dos objectivos do programa de ajustamento, foi
bastante modesta entre 2009 e 2013: 1,3 pontos, contra 9,8 da Irlanda e 21,1 em
Espanha. Mais: entre as 11 economias “avançadas”, Portugal é o país que
apresenta a mais elevada dívida bruta do sector empresarial em percentagem do
PIB (118%, contra a média europeia de 68%). Ora empresas altamente endividadas
têm muita dificuldade em obter financiamento para investir. E uma economia que
não investe não cresce. Por outro lado, a base de dados do FMI (citada pelo “DN/Dinheiro
Vivo”) mostra que Portugal continuará entre os 15 países do mundo com maiores
taxas de desemprego nos próximos cinco anos, apesar da previsível descida de
16,2% em 2013 para 12,9% em 2019 – e que vamos estagnar no ranking da riqueza
média por habitante. É o sucesso em todo o seu esplendor!
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