sábado, 28 de junho de 2014

FUTEBOL, DINHEIRO SUJO E OUTRAS SUJEIRAS


Em declarações à Rádio Renascença, a procuradora Maria José Morgado chamou a atenção para a existência de muito “dinheiro sujo”, tanto na Copa 2014 como no futebol em geral.
Na realidade, muitas organizações criminosas e empresas sem escrúpulos servem-se do futebol como capa para actividades claramente à margem da lei e dos direitos humanos.
Muito se tem vindo a falar sobre a alegada corrupção na atribuição ao Qatar da realização do Mundial 2022, mas outras situações muito criticáveis têm vindo a público embora a sua divulgação seja mais restrita do que a gravidade exige. É, por isso, muito importante que sejam fortemente denunciadas porque são aquelas que mais facilmente passam ao lado dos principais meios de comunicação social.
Uma das últimas edições da Sábado citava a revista alemã Spiegel que contava a história de Ganesh um jovem nepalês de 26 anos que “foi ao inferno mas conseguiu regressar” ao seu país. “Trabalhou durante 10 horas, seis dias por semana para receber 300 euros por mês na construção (tal como outros 1,4 milhões de imigrantes) do novo Qatar, para o Mundial 2022. Dividiu com nove homens uma casa de 16 m2 em folha de alumínio. Sobreviveu, mas 964 operários do Nepal, Índia e Bangladesh morreram em 2012 e 2013 – muitos por causa do calor do Verão ou por acidentes de trabalho.”
Por simples curiosidade, feitas as contas, verifica-se que Ganesh ganhava pouco mais de 1 euro por hora, estava alojado em condições deploráveis e, pelos vistos, com uma muito deficiente protecção contra acidentes de trabalho. O futebol também nos deve confrontar com estas problemáticas, para além das bolas que entram ou não nas balizas…

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