quarta-feira, 11 de junho de 2014

RIGOROSAMENTE CONTROLADOS


Mais coisa menos coisa, todos os nossos movimentos estão controlados à escala mundial. Mais coisa menos coisa, já vivemos num estado totalitário à escala mundial. Dentro de pouco tempo, qualquer dúvida sobre esta realidade já terá desaparecido. Estamos a viver uma situação parecida com a história da rã que caiu na panela de água que estava ao lume. Foi contemporizando com a situação até ao ponto de perder a vida. Quando a maioria de nós sentir que a nossa liberdade está rigorosamente em causa, já pouco poderemos fazer. Os pequenos vão ser engolidos pelos grandes e o mundo vai, cada vez mais, passar a ser dominado por uma pequena minoria, em seu exclusivo proveito.
Leia-se com atenção o seguinte texto (*) que tem a força da autoria de um consultor de comunicação. Embora curto é uma importante chamada de atenção para o que se está a preparar em termos de controlo da informação global.
Faz este mês um ano que o espião americano Edward Snowden revelou ao jornal inglês The Guardian milhares de documentos dos serviços secretos americanos mostrando como é frágil a segurança das comunicações dos países, empresas e pessoas.
Um ano depois o que mudou? Será que as criações artísticas e as patentes industriais, que exigem de cada cidadão empresa e Estado tanto investimento em tempo e dinheiro, estão mais seguras? Infelizmente não, nem nunca mais vão estar, porque o conceito de segredo mudou para sempre.
O canal onde agora circula toda a informação, e consequentemente todos os segredos, deixou de ser propriamente público e as normas de encriptação (que combinam proteção e segurança) desses dados passaram a ser detidas por empresas privadas que, ao contrário dos estados, preferem o kucro à segurança. Multinacionais como a IBM, Microsoft, Nokia, Apple ou Blackberry, entre outras, passaram a ser as novas caixas-fortes da informação. E com a entrada em jogo dos gigantes do novo mundo, como por exemplo a chinesa Huawai, é o próprio controle da informação que fica em causa.
Em Genebra, na Suíça, a União Internacional de Telecomunicações, parte integrante das Nações Unidas, prepara-se, já para o ano – depois de uma votação ganha pelos russos, chineses e países árabes contra americanos e ingleses – para determinar que a governança dos padrões mundiais de telecomunicações pode ser exercido também por esses países “roubando” um exclusivo até agora absoluto dos Estados Unidos da América e seus aliados.
Isto irá causar uma enorme transformação nas normas dos equipamentos mas sobretudo vai mudar a forma como a internet será regulada a nível global fazendo com que países como a Rússia e a China possam chegar ao controle efetivo da internet através do estabelecimento de novas convenções internacionais. Assim, não se admire se daqui a 5 anos não conseguir mandar um mail para a China. Há uma nova guerra fria a caminho que desta vez vai acontecer no Cyber Espaço.
(*) José Manuel Diogo, Diário de Coimbra

Sem comentários:

Enviar um comentário