Mais
coisa menos coisa, todos os nossos movimentos estão controlados à escala
mundial. Mais coisa menos coisa, já vivemos num estado totalitário à escala
mundial. Dentro de pouco tempo, qualquer dúvida sobre esta realidade já terá
desaparecido. Estamos a viver uma situação parecida com a história da rã que
caiu na panela de água que estava ao lume. Foi contemporizando com a situação
até ao ponto de perder a vida. Quando a maioria de nós sentir que a nossa
liberdade está rigorosamente em causa, já pouco poderemos fazer. Os pequenos
vão ser engolidos pelos grandes e o mundo vai, cada vez mais, passar a ser
dominado por uma pequena minoria, em seu exclusivo proveito.
Leia-se
com atenção o seguinte texto (*) que tem a força da autoria de um consultor de
comunicação. Embora curto é uma importante chamada de atenção para o que se
está a preparar em termos de controlo da informação global.
Faz
este mês um ano que o espião americano Edward Snowden revelou ao jornal inglês The
Guardian milhares de documentos dos serviços secretos americanos mostrando como
é frágil a segurança das comunicações dos países, empresas e pessoas.
Um
ano depois o que mudou? Será que as criações artísticas e as patentes
industriais, que exigem de cada cidadão empresa e Estado tanto investimento em
tempo e dinheiro, estão mais seguras? Infelizmente não, nem nunca mais vão estar,
porque o conceito de segredo mudou para sempre.
O
canal onde agora circula toda a informação, e consequentemente todos os segredos,
deixou de ser propriamente público e as normas de encriptação (que combinam
proteção e segurança) desses dados passaram a ser detidas por empresas privadas
que, ao contrário dos estados, preferem o kucro à segurança. Multinacionais como
a IBM, Microsoft, Nokia, Apple ou Blackberry, entre outras, passaram a ser as
novas caixas-fortes da informação. E com a entrada em jogo dos gigantes do novo
mundo, como por exemplo a chinesa Huawai, é o próprio controle da informação que
fica em causa.
Em
Genebra, na Suíça, a União Internacional de Telecomunicações, parte integrante
das Nações Unidas, prepara-se, já para o ano – depois de uma votação ganha
pelos russos, chineses e países árabes contra americanos e ingleses – para determinar
que a governança dos padrões mundiais de telecomunicações pode ser exercido
também por esses países “roubando” um exclusivo até agora absoluto dos Estados
Unidos da América e seus aliados.
Isto
irá causar uma enorme transformação nas normas dos equipamentos mas sobretudo
vai mudar a forma como a internet será regulada a nível global fazendo com que
países como a Rússia e a China possam chegar ao controle efetivo da internet
através do estabelecimento de novas convenções internacionais. Assim, não se
admire se daqui a 5 anos não conseguir mandar um mail para a China. Há uma nova
guerra fria a caminho que desta vez vai acontecer no Cyber Espaço.
(*) José
Manuel Diogo, Diário de Coimbra
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