segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

CAPITALISMO NEOLIBERAL, FONTE DE DESIGUALDADES



O sistema económico que actualmente domina o mundo – o capitalismo neoliberal – está a contribuir decisivamente para o aumento das desigualdades sociais e para a concentração da riqueza nas mãos de uma minoria, à custa da miséria de muitos milhões. Esta situação é visível a olho nu mas, as informações provenientes de organizações internacionais insuspeitas confirmam-no todos os dias.
Num relatório hoje divulgado pela ONG Oxfam aparecem autênticas aberrações em termos de injustiça social:
- 1% da população da Terra detém perto de metade da riqueza mundial.
- A metade mais pobre da população mundial possui tanta riqueza como as 85 pessoas mais ricas do planeta.
- O grupo de 1% das pessoas com maior património possui tanto como o equivalente a 65 vezes a riqueza da metade mais pobre da população mundial.
- Até em países tidos como mais igualitários como a Suécia e a Noruega, a riqueza dos 1% mais ricos aumentou 50% desde 1980.
O relatório da Oxfam surge num momento em que está prestes a iniciar-se o Fórum Económico Mundial (WEF) de Davos, na Suíça, supostamente com a intenção de encontrar soluções para o aumento das situações de desigualdade extrema.
Recorde-se que a Oxfam internacional é uma confederação de treze organizações e mais de 3 mil parceiros que actua em mais de cem países em busca de soluções para o problema da pobreza e da justiça através de campanhas, programas de desenvolvimento e acções de emergência.
Por melhores que sejam as intenções da Oxfam, que considera a desigualdade como a segunda maior ameaça à estabilidade económica, a verdade é que a reunião do WEF não se traduzirá em nada de concreto como já se tem verificado em ocasiões anteriores. Para além de umas afirmações de circunstância, agradáveis aos ouvidos dos mais pobres, que serão transmitidas em todas as cadeias de televisão, misturadas com umas lágrimas de crocodilo, os mais ricos do mundo vão continuar a usurpar tudo o que puderem e a mexer os cordelinhos no sentido de o seu poder económico e financeiro não se alterar e, se possível, aumentar ainda mais.
Sem uma luta, cada vez mais encarniçada, das populações mais exploradas a nível mundial, não podemos esperar que sejam os mais ricos a ceder nas suas posições de privilégio. As realidades são tão evidentes que nenhuma propaganda, por mais bem organizada que seja poderá esconder.     

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