O
constitucionalismo global efetivamente existente, não o dos livros e das
conferências mas o da política concreta que está aí, é afinal o da
constitucionalização do próprio neoliberalismo.
(…)
Aqui,
integração e perda da autodeterminação estão a ser sinónimos e os dois estão a
significar austeridade sem fim e desdém da democracia.
A paralisia da esquerda perante a governação é o grande favor
prestado à situação e à alternância que não é alternativa.
Na Europa, o aumento
exponencial do desemprego e da pobreza está a dar origem a trabalho escravo.
A afirmação [de Cavaco] de
que "a questão é nacional, não é partidária" podia ter sido feita no
Estado Novo por qualquer dirigente da União Nacional, e continua a servir os
mesmos interesses que nessa altura.
(…)
[Cavaco] credibilizou as
desastrosas políticas que o Governo e a troika têm imposto, deixando a ilusão
de que nos podemos safar por entre os pingos da chuva, de que há soluções
fugindo da vida real e não encarando os problemas.
(…)
Cavaco Silva não é capaz de
imaginar futuro para o país que não seja o da obediência aos
"mercados", do seguidismo das políticas desastrosas da União
Europeia, das imposições do capitalismo neoliberal, de jogos de
"oportunidades" e favores que enriquecem uns quantos espertos à custa
da pobreza coletiva.
“Não pode passar despercebida a tendência para promover o
emprego através do cerceamento dos direitos dos trabalhadores.”
(…)
“O trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do
homem sobre a terra, não apenas enquanto meio de sustento, mas também enquanto
actividade inerente ao processo de desenvolvimento de cada pessoa e da
sociedade”
JoãoFraga de Oliveira, inspector do trabalho aposentado, cita no Público afirmações
da Conferência Episcopal Portuguesa.
Discute-se e fala-se muito de uma coisa etérea, os “sinais da
retoma”, e quase nada sobre uma coisa dura e sólida, o Orçamento que aumenta e
muito a austeridade para 2014.
(…)
Claro que não se diz aos mais pobres dos pobres, cujo papel
retórico é importante na legitimação da política governamental, que assim fica
garantido que nunca mais sairão dessa pobreza.
As contradições que existem no seio do Governo são por de mais
evidentes e têm, aliás, sido alimentadas sobretudo por Paulo Portas, que
precisa, como de pão para a boca, de assegurar a sobrevivência do CDS.
É na incapacidade dos que se
opõem à austeridade se entenderem que os ideólogos da situação apostam.
Daniel Oliveira, Expresso (sem
link)
Depois do acórdão sobre a
convergência [de pensões], de acordo com a própria doutrina prudente já
enunciada por Cavaco Silva, o que fazia sentido era ter enviado o orçamento
para fiscalização preventiva.
Pedro Adão e Silva, Expresso (sem
link)
A troika quer anunciar como
uma vitória aquilo que manifestamente se tratou de um processo de
experimentalismo económico e social que não correu nada bem.
Nicolau Santos, Expresso
Economia (sem
link)
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