Na sua primeira crónica de 2014 levada à
estampa no Público, Santana Castilho, professor do ensino superior, envia a
todos os professores um abraço de solidariedade chamando a atenção de que basta
um pequeno esforço “de memória para qualquer se aperceber de quanto deve aos
professores”. Atacar a classe docente para a subjugar e lhe retirar direitos é
um crime cujos efeitos se sentirão no nosso futuro colectivo, mais cedo do que
poderemos imaginar.
Há crónicas que nascem de jacto, outras que se
arrastam. Comecei por ensaiar uma retrospectiva sobre o ano que terminou.
Abandonei. Digitei linhas e linhas sobre o ano que vai seguir-se. Não gostei.
Parei e recordei. Porque é mau que percamos a memória colectiva
Recordei escolas fechadas aos milhares,
Portugal interior fora.
Recordei os protestos, onde hoje vejo
esquecimento.
Recordei as falsas aulas de substituição, com
que Maria de Lurdes Rodrigues iniciou a proletarização dos professores. Perdeu
em tribunal mas abriu um caminho sinistro. E hoje vejo Crato, oportuno,
trilhá-lo com zelo.
Recordei a divisão dos professores em titulares
e outros. Caiu a aberração mas persiste a tentação. De que outra forma se
explica a disponibilidade para examinar colegas a três euros por cabeça?
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