Os reformados e pensionistas continuam a
ser os bombos da festa para este Governo que é forte perante os fracos e fraco
perante os fortes. Quando é preciso arrecadar mais uns milhões para as contas
do Estado, lá estão os massacrados de sempre que, pelas razões conhecidas, têm pouca
capacidade de resposta perante agressões deste tipo.
O aumento do número de pensões afectadas
pela CES é o tema deste curto texto da Presidente da APRe! que transcrevemos do
Diário As Beiras de Hoje.
A agressão aos reformados e pensionistas de Portugal
continua. Informam-nos que a decisão foi tomada por unanimidade, possivelmente
com o intuito de mostrar um pacto de defesa mútua dos
ministros perante a indignidade
cometida.
Insensível ao bom
senso e à decência, insensível à desmontagem dos argumentos falaciosos que tem
sido feita por parte de insuspeitas personalidades, o Governo vai avançando no
ataque a um dos alvos mais massacrados: os reformados.
O que foi anunciado
significa um aumento no número de pensões afectadas pela CES e um agravamento
dos cortes a muitas pensões que já eram abrangidas. Está sobejamente
demonstrado que a medida não é objectivamente necessária. Trata-se de uma
exigência ideológica imposta, ou auto-imposta, para não dizer que é uma
manifestação de perversidade.
Acresce que é
manifestamente um imposto. Imposto sobre o qual se paga outro imposto numa
manifestação de arrogância e desprezo por um princípio que julgávamos básico: a
não aplicação da dupla tributação.
Manifestamente, o
Governo não pretende defender uma parte substancial dos portugueses, não
pretende chegar a consensos. Despreza os reformados e pensionistas que tiveram
uma longa vida contributiva e uma vida de trabalho decente, nomeadamente nas
posições e actividades profissionais que mais contribuiram para o
desenvolvimento de Portugal. Escravo de um extremismo inaceitável, o Governo
parece só entender a força dos tribunais e despreza a força eleitoral dos
ofendidos.
O
nosso lema tem sido o seguinte: “não somos descartáveis”. Doravante somos
obrigados a dizer: “não somos descartáveis mas votaremos”.
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