O Bloco de Esquerda apresentou esta sexta-feira um projecto de resolução que visa tornar possível a implementação de um plano de recuperação da Alicoop através da CGD.
O Bloco defende, no projecto de resolução apresentado, que o Governo deverá tomar as medidas necessárias a por em prática o plano de viabilização da empresa, de acordo com o estudo elaborado pela consultora internacional Deloitte em Outubro de 2009, e que permite o saneamento das dívidas existentes, a optimização dos recursos e a geração das receitas necessárias para sustentar os seus compromisso e competências num prazo de 16 anos.
De acordo com plano de recuperação será necessária a injecção de 5,5 milhões de euros que permitirão o pagamento das dívidas aos fornecedores, bem como a modernização dos estabelecimentos, a aquisição de mercadoria e o relançamento da actividade, mas segundo o estudo da Deloitte no final da sua implementação os capitais próprios da empresa poderão ascender a 140 milhões de euros.
Para a concretização deste plano a Caixa Geral de Depósitos (CGD) deverá assegurar um investimento de 1,2 milhões de euros. Este valor que corresponde aproximadamente a 0,6% do montante injectado pela CGD para salvar o Banco Português de Negócios.
O plano de viabilização da empresa tem o acordo do maior credor - o Millennium BCP, mas o banco do Estado mostra-se indisponível para garantir mais 1,2 milhões de euros de financiamento ao grupo da Cooperativa de Produtos Alimentares - Alicoop.
“O adiamento da resposta desta instituição bancária já levou à suspensão de 380 contratos de trabalho, e consequente paralisação da actividade da empresa, no passado dia 19 de Fevereiro. A este número somam-se cerca de 70 que trabalham sem salário e 200 postos de trabalho indirectamente ameaçados”, explicita o comunicado do Bloco.
O Bloco defende ainda que “tal como fica demonstrado pelo estudo da Deloitte”, trata-se de projecto económico “com viabilidade financeira garantida”, pelo que considera “inaceitável que as instituições financeiras com responsabilidades públicas e o Governo assumam as suas responsabilidades neste processo”.
Com este projecto o Bloco quer que o Governo adopte, com urgência, as medidas necessárias a por em prática o plano de viabilização da empresa, desenvolva as medidas tendentes à preservação dos postos de trabalho, numa região profundamente atingida pelo desemprego, e realize todas as diligências indispensáveis ao apuramento das responsabilidades da CGD no adiamento deste processo.
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