Há anos que assisto, e sempre incrédulo e embasbacado, a episódios de pura estupidez humana. Sempre que surge um novo logo se apressam a individualizá-lo, desvalorizá-lo e a banalizá-lo procurando escamotear e dissimular grandes e crónicas maleitas com pormenores de forma ou de estilo. Raramente se assume que estamos perante factos que se inserem num enredo maior de dimensões nacionais. Por vezes até assim é, por se centrar numa personagem singular.
Ainda está presente na memória de muitos (creio!) o episódio de uma docente que se dirigiu, à então directora regional (do norte), a fim de manifestar a sua indignação pelas condições de trabalho e que viu, em resposta, um processo disciplinar por supostamente não ter respeitado a ordem e estrutura hierárquica. Desta feita, dois médicos viram-se também a braços com multas e ameaça de demissão porque, na sua moralidade e responsabilidade ética e profissional, decidiram solicitar esclarecimentos ao primeiro-ministro. A razão por detrás dessas sanções não se prende com o conteúdo, que deverá ser o mais importante (penso!), mas com a forma como foi veiculado o pedido de informação. Felizmente, ainda existe alguma riqueza intelectual e de espírito em Portugal, facto confirmado pelo Ministério Público ao decidir em favor dos dois clínicos.
Muitas vezes nos questionamos por que razão nem sempre as instituições/ empresas funcionam correctamente, no que diz respeito às suas relações externas com o público, em geral. Muitas vezes ponderamos como é possível existir tanta matéria de reclamação e pouca desta esteja reduzida a escrito. Acredita-se na boa fé das pessoas e muitas vezes resolvem-se as coisas de forma oficiosa. Mas com exemplos destes nunca as pessoas se sentirão realmente livres para procederem à denúncia ou até ao esclarecimento, com medo de represálias. Não vale a pena sequer explanar mais situações, nem dentro nem fora do ensino, mas o rumo que tem vindo a ser seguido não é o da procura da excelência.
In mairdenuboske
In mairdenuboske
Fico curioso por denotar que copiaram e postaram na íntegra um artigo meu, com uma finalidade que nem é óbvia nem me foi comunicada.
ResponderEliminarUma "colagem" ideológica, violando os direitos de autor, preconizada pela licença Creative Commons que rege o meu blogue, é sempre passível, até porque manda os bons costumes e a etiqueta, de ser previamente autorizada. Tal não aconteceu. Espero em breve ver publicado um esclarecimento.
Com os melhores cumprimentos,
Shue