terça-feira, 10 de maio de 2011

CRISE POLÍTICA

O Financial Times (FT) existe há 123 anos. Trata-se de um jornal internacional de negócios, com sede em Londres onde é publicado todas as manhãs. Tem uma elevada reputação pelo que é um dos mais lidos pelos lideres empresariais e não só. Além disso exerce uma forte influência no mundo dos negócios e é considerado como um dos melhor informados no que diz respeito à UE e ao euro.
Tudo isto significa que o que é publicado no FT é para registar sobre o pulsar do momento que vivemos a nível do espaço europeu da finança e da política.
Os rumores, entretanto desmentidos, sobre a saída da Grécia da zona euro originaram um artigo de opinião da autoria de Wolfgang Münchau que termina assim:
«As elites políticas europeias têm medo de dizer a verdade que os historiadores da economia sempre souberam: que uma união monetária sem união política é simplesmente inviável. Isto não é uma crise da dívida. Isto é uma crise política. A zona euro estará em breve confrontada com a escolha entre um inimaginável passo em frente para a união política ou um igualmente inimaginável passo atrás. Sabemos que o Sr. Schäuble [ministro das finanças alemão] equacionou, e rejeitou este último. Também sabemos que ele prefere o primeiro. Está na hora de o dizer.»
Este pequeno excerto significa que a crise que actualmente se vive na UE é política, sendo a própria direita a reconhecer que a união monetária não é possível sem a união política. Tendo em atenção que toda a actual arquitectura europeia foi elaborada pelas “elites” políticas sem que as respectivas populações fossem consultadas, chegados às grandes decisões resta saber se os povos as irão aceitar sem problemas. Os sinais que vão chegando causam grande perplexidade, no imediato nos países mais frágeis mas tudo se pode complicar ainda mais se a crise chegar aos que pareciam, à partida, imunes à crise.

Luís Moleiro

Sem comentários:

Enviar um comentário