terça-feira, 3 de maio de 2011

GRANDES CORTES NO ABONO DE FAMÍLIA

Com a aproximação das eleições que podem definir o nosso futuro de forma determinante, muito mais importante que dar atenção aos fait divers do dia-a-dia da política, é separar o trigo do joio na informação que nos chega das mais diversas proveniências. As notícias verdadeiramente essenciais para o cidadão comum acabam, muitas vezes, por passar despercebidas no turbilhão da propaganda enganosa que só nos pretende confundir.
Ainda ontem (2 de Maio), por exemplo, ficámos a saber que, em seis meses, tinha sido retirado o abono de família a 645 mil crianças, fruto da entrada em vigor das novas regras impostas pelo PEC 3. Só no mês de Março 70 mil crianças deixaram de ser abrangidas por aquele apoio social. Esta é uma notícia com evidentes implicações em muitas famílias a que, se calhar, a maior parte dos interessados não deu a importância devida, sabendo-se que 16,6% das crianças portuguesas são pobres e o corte no abono de família só contribui para aumentar a pobreza infantil.
É do conhecimento geral que todas as medidas contidas no PEC 3 só foram possíveis pelo acordo entre PS e PSD. É, pois, propaganda enganosa Sócrates proclamar que a direita quer acabar com o Estado Social. É ele que tem vindo a desferir estocadas mortais em áreas como a saúde, a educação e a segurança social com a conivência de toda a direita que, pelo caminho, vai chorando lágrimas de crocodilo pela situação dramática em que vai ficando a maioria dos portugueses.
A nossa troika (PS/PSD/CDS) entende-se perfeitamente sobre quem vai pagar a crise apesar da simulação de grandes divergências entre si como mais uma manobra folclórica da campanha eleitoral.




Luís Moleiro

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