segunda-feira, 23 de maio de 2011

A VERDADE

Como diz o povo, a verdade vem sempre ao cimo como o azeite. Quando são os nossos próprios adversários a reconhecê-lo, então, desaparece a última réstia de dúvida.
Em muitos casos, a campanha eleitoral, em vez de servir para esclarecer os eleitores tem o efeito contrário ou seja, ainda os baralha mais. Esta estratégia é a dos que sempre mentiram ao povo e dos que querem esconder as malfeitorias que têm planeado para o futuro. Falar a verdade, denunciar corrupção e trapaça nem sempre dá votos porque as pessoas se encontram submersas numa contra-informação maldosa que só as pretende confundir. Aos políticos desonestos convém fazer passar a mensagem de que os “políticos são todos iguais” na falta de dignidade e que a diferença não se faz por essa via. Mas faz-se e de que maneira!
Ainda na última sexta-feira, Francisco Louçã denunciava, num comício, um comunicado da CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) onde é referido que, em Portugal 20 pessoas acumulam 1000 cargos como administradores em empresas diferentes. É obra! Referiu ainda que “só uma delas tem 62 cargos e o rendimento mais alto de um destes administradores ascende aos 2,5 milhões de euros”. Se, por outro lado fizermos uma média, concluímos que cada pessoa acumula 50 cargos. Sabendo-se que 1 ano tem 52 semanas isto significa que cada administrador dedica pouco mais de uma semana por ano ao seu cargo, sem contarmos com o período de férias…
Pelo que facilmente se constata e, como hoje afirma no DN o jornalista Ferreira Fernandes – não propriamente um entusiasta do Bloco de Esquerda – “os 20 tipos espalhados por mil empresas não estão lá para as gerir, estão lá para influenciar”. Até porque, “alguns até estão em cargos não remunerados”, segundo parece.
Quando um adversário político do BE aproveita a denúncia de Louçã e lhe acrescenta mais alguns pormenores dignos de registo pelos piores motivos, então, para o cidadão comum não devem restar quaisquer dúvidas quanto à honestidade com que o Bloco anda nesta campanha eleitoral.

Luís Moleiro

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