O sector financeiro será o principal beneficiário do volumoso empréstimo que vai ser feito a Portugal. Isto não afirmou o Primeiro-Ministro quando, terça-feira à noite (3 de Maio), em mais uma manobra de propaganda eleitoral paga por todos nós, veio revelar ao país as várias medidas que não constavam do acordo que o Governo assinou nesse dia com a trindade FMI/CE/BCE, pretensamente desmentindo notícias alarmantes que poderão ter sido inventadas pela máquina da propaganda governamental. Permitam-nos esta suspeição porque, deste homem tudo é possível esperar desde que sirva para a sua manutenção no poder. Já estamos habituados a que Sócrates minta descaradamente ou, no mínimo, omita uma parte da realidade. Por exemplo, não disse que a parte mais lucrativa da CGD vai ser efectivamente privatizada e também não se referiu a uma série de privatizações noutros sectores rentáveis, ficando o Estado com o que dá prejuízo.
De qualquer maneira, desembrulhando aos poucos a realidade, verificamos que o que aí vem é muito duro para a grande maioria dos portugueses como hoje se pode constatar numa leitura atenta do insuspeito “Expresso”.
O aumento exponencial que se verifica nos pedidos de ajuda a instituições de solidariedade social é o primeiro alerta de que a vida de muitos portugueses vai de mal a pior. Verifica-se mesmo que aquelas instituições começam a fazer triagem aos pedidos de ajuda até porque quem ajuda não pode ajudar sempre e quem precisa, precisa sempre.
A banca, porém, esfrega as mãos de contente porque foi quem ficou a ganhar com a vinda da troika como demonstra Daniel Oliveira neste pequeno excerto do seu artigo de opinião no “Expresso” de hoje.
“Dos 78 mil milhões que vamos receber e pagar com juros, 12 mil milhões vão para a banca. De caca nota de vinte euros emprestada, tiraremos três euros para oferecer a uma banca que não paga impostos. É a terceira vez que a salvamos. A primeira foi na nacionalização dos prejuízos – a versão portuguesa foi o BPN. A segunda foi quando, para resolver s défices públicos que os resgates dos bancos originaram, lhes pedimos emprestado a juros de assalto. A terceira é agora. Quando pagar mais de IMI, parte é para o BES. Quando pagar mais por uma viagem de autocarro, parte é para o BPI. Quando pagar mais de taxa moderadora, parte é para o BCP. E quando for pedir dinheiro a um destes bancos, parte do que lhe pedirem de volta com juros, spreads e comissões, é seu. É natural que Fernando Ulrich tenha dito que este foi ‘um final feliz’.” (…)
Luís Moleiro
De qualquer maneira, desembrulhando aos poucos a realidade, verificamos que o que aí vem é muito duro para a grande maioria dos portugueses como hoje se pode constatar numa leitura atenta do insuspeito “Expresso”.
O aumento exponencial que se verifica nos pedidos de ajuda a instituições de solidariedade social é o primeiro alerta de que a vida de muitos portugueses vai de mal a pior. Verifica-se mesmo que aquelas instituições começam a fazer triagem aos pedidos de ajuda até porque quem ajuda não pode ajudar sempre e quem precisa, precisa sempre.
A banca, porém, esfrega as mãos de contente porque foi quem ficou a ganhar com a vinda da troika como demonstra Daniel Oliveira neste pequeno excerto do seu artigo de opinião no “Expresso” de hoje.
“Dos 78 mil milhões que vamos receber e pagar com juros, 12 mil milhões vão para a banca. De caca nota de vinte euros emprestada, tiraremos três euros para oferecer a uma banca que não paga impostos. É a terceira vez que a salvamos. A primeira foi na nacionalização dos prejuízos – a versão portuguesa foi o BPN. A segunda foi quando, para resolver s défices públicos que os resgates dos bancos originaram, lhes pedimos emprestado a juros de assalto. A terceira é agora. Quando pagar mais de IMI, parte é para o BES. Quando pagar mais por uma viagem de autocarro, parte é para o BPI. Quando pagar mais de taxa moderadora, parte é para o BCP. E quando for pedir dinheiro a um destes bancos, parte do que lhe pedirem de volta com juros, spreads e comissões, é seu. É natural que Fernando Ulrich tenha dito que este foi ‘um final feliz’.” (…)
Luís Moleiro
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