O cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda por Santarém, José Gusmão, acusou hoje PS e PSD de estarem a apostar numa campanha de «agressões verbais e incidentes laterais» para disfarçar a «enorme convergência» do programa dos dois partidos.
«José Sócrates diz que Passos Coelho é infantil, Passos Coelho diz que José Sócrates é uma pop-star em decadência. Mas entre a infantilidade e a decadência, não vislumbramos diferenças entre PS e PSD», afirmou o também deputado, num almoço na cooperativa de ferroviários, em Santarém, lembrando o acordo de ambos e do CDS ao memorando da troika.
Um programa onde «estão muitos dos sonhos mais antigos da direita» - «É por isso que PSD e CDS abraçam este programa com enorme entusiasmo». O mesmo é válido para os socialistas, argumentou. «O PS, a única forma que tem de introduzir alguma coisa de esquerda nesta campanha é chamando Fábio Coentrão», ironizou o cabeça-de-lista do BE, numa referência à presença do lateral-esquerdo do Benfica na campanha socialista, hoje de manhã.
Perante cerca de duas centenas de pessoas, o deputado defendeu também «que é preciso combater a abstenção», dado que esta beneficia socialistas e sociais-democratas - «Passos Coelho e José Sócrates vivem bem com a abstenção, o voto em branco, o voto nulo e até os eleitores fantasma».
Num almoço que contou com a presença do comentador e militante bloquista Daniel Oliveira – irmão do cabeça-de-lista por Santarém – também Francisco Louçã disparou contra socialistas, sociais-democratas e centristas. «Todos ralham e ninguém tem razão. Porque o programa do FMI é o PEC 4, o PEC 4 é programa do PS, o programa do PS é o programa do PSD, o programa do PSD é o programa do CDS» , defendeu o líder bloquista.
Louçã diz que os três partidos desapareceram da campanha para não dar explicações sobre o acordo com a troika. E deixou uma ‘farpa’ a Paulo Portas, a quem atribui uma única preocupação: «Espelho meu, espelho meu, há alguém mais ministro do que eu?»
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