domingo, 29 de maio de 2011

E ao sétimo dia o Bloco não descansou


Foi um dia em cheio e muito preenchido para o Bloco de Esquerda, com um comício em Santarém, um almoço com militantes no Entroncamento e uma visita ao mercado das Caldas da Rainha, sempre em ritmo acelerado. Francisco Louçã, José Manuel Pureza e José Gusmão não pouparam palavras nem ataques à direita, com discursos inflamados e inspirados.


Se Louçã perguntou à direita “espelho meu, espelho meu, quem é mais ministro do que eu?”, Pureza acusou o PS de estar “mais à direita que nunca, com o socialismo renegado pela direcção política de José Sócrates", enquanto Gusmão sublinhou que "o rabo escondido da redução da TSU é o aumento do IVA".

No Entroncamento, o coordenador do BE veio apelar ao "voto útil", contra o "voto perigoso na direita", que, diz Louçã, "desapareceu da campanha", já que esta está "tranquila" devido ao programa da troika, "um plano ao qual a direita nunca se tinha atrevido".
Mas mesmo com "um programa que está envolto no nevoeiro", como Pureza lhe chamou na sua primeira aparição em campanha, no comício de Santarém, Louçã lamentou que os partidos que assinaram o texto da ajuda externa tenham "tanta pressa para pôr tão depressa a lei que facilita despedimentos mas que para uma política de criação de emprego já não haja pressa".
Sobre o número de ministérios, um dos cavalos de batalha de PSD e CDS durante a pré-campanha e campanha, Louçã ironizou assim: "quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte".
O líder bloquista quer sim discutir outros temas, que não o aborto, assunto puxado por Passos que levou "Dom Januário Torgal Ferreira a acusar o PSD de utilizar um anátema desprezível", como o trabalho. "Alguma vez um socialista poderia imaginar que o partido iria criar um fundo para despedir o seu colega?", questionou Louçã, lamentado que seja considerado "normal" a existência de "salários baixos, precariedade, recibos verdes e desemprego".
"A prioridade é fazer já a renegociação da dívida antes do país ser afundado num calvário social", sustentou José Manuel Pureza, num discurso muito cáustico em Santarém, ele que luta para manter o lugar de Coimbra, distrito que perde um deputado nestas eleições. Pureza recusa que a intenção seja não pagar, já que "calote é o BPN, calote é o offshore da Madeira", ideia secundado pelo candidato por Santarém, José Gusmão. "Pedir empréstimo sabendo que não se pode pagar, isso sim é comportamento de caloteiro, aquele que têm PS, PSD e CDS", disse. Mas mais que "caloteiro", Gusmão lamentou "um comportamento mais manhoso, que é renegociar a dívida mais lá para a frente".

Para que "não seja o medo a nortear as decisões a 5 de Junho", disse Gusmão, "devolvam-nos o nosso futuro sequestrado", pediu Pureza.

"Se o futuro está nas estrelas, será na estrela do BE, com braços para agir e cabeça para pensar", sustentou Gusmão, com olhos postos nas eleições.

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