terça-feira, 16 de dezembro de 2014

ASSEMBLEIA-GERAL DE ACCIONISTAS


Num país em que tudo se privatiza e em que tudo falha, o que salvou os homens do regime senão a privatização do próprio poder político? Se olharmos para a composição do Governo de Passos e Portas nos últimos três anos, tendo em consideração as ligações passadas aos principais grupos económicos, vemos que o Conselho de Ministros não está muito distante de uma Assembleia Geral de Accionistas, apenas para citar alguns:

Grandes escritórios de advogados: 2 Ministro (Paula Teixeira da Cruz, Assunção Cristas) e 7 Secretários de Estado (Adolfo Mesquita Nunes, Alexandre Miguel Mestre, António Leitão Amaro, Filipe Lobo D'Ávila, Paulo Núncio, Pedro Lomba, Teresa Morais ). 

BES: 3 Secretário de Estado (Ana Rita Barosa, Leonardo Mathias, Pedro Gonçalves).

BPN: 1 Secretário de Estado (Franquelim Alves).

REN: 1 Secretário de Estado (Henrique Gomes).

Citibank: 1 Secretário de Estado (Joaquim Paes Jorge).

BPI: 1 Secretário de Estado (Miguel Morais Leitão).

BCP: 1 Ministro (Paulo Macedo). 

Atentemos ainda no seguinte:

Estão aqui referenciados apenas membros do Governo de direita, ministros e secretários de estado. Se fossemos contar os deputados PSD e CDS com as mesmas ligações, então, a lista ficaria significativamente mais avantajada.
No que diz respeito ao PS, é bem provável que tivéssemos também uma razoável equipa, tanto no que diz respeito a deputados como governantes originários de grandes escritórios de advogados ou ligados à banca ou a outros interesses empresariais. Não será por acaso que a prática governativa do PS é sempre tendencialmente virada à direita, por muito grande que se apresente com retórica de esquerda, antes das eleições. É um dado histórico e não parece com tendência para se alterar.

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