Quer
se goste dele quer não, a verdade é que o Prof. Boaventura Sousa Santos (BSS)
é, nesta altura, uma das personalidades de maior relevo em Portugal, na área do
conhecimento e, provavelmente mais conhecido a nível internacional do que entre
nós. O seu currículo é impressionante pelo que, quando é referido, apenas se
costuma mencionar uma parte insignificante da sua carreira.
A
forma como BSS é tratado em Portugal não causa admiração já que ele nunca
alinhou pelos cânones do regime. Decerto que esta situação o afecta pouco mas é
prejudicial para os portugueses que não beneficiam da sua facilidade de comunicação
na área da sociologia, com as suas diversas vertentes.
Vem
isto a propósito de um texto que assina esta semana na Visão, em que denuncia a
possibilidade de estar em preparação a
terceira guerra mundial – nada menos – tendo como alvo directo a Rússia e
indirecto a China e em que a Ucrânia é o pretexto. O que BSS escreveu, com
alguns dados significativos, seria razão mais que suficiente para suscitar a
curiosidade de toda a comunicação social, especialmente a televisiva. Mas não
foi nada disso que aconteceu. Silêncio absoluto, tudo o indica, pela acusação directa
feita às intenções do império e ao beneplácito deste lado do Atlântico, perante
a possibilidade de uma guerra de consequências tremendas para o continente
europeu.
É
dever de todos os amantes da paz a divulgação de alertas como este, para que
seja levada a cabo uma mobilização em larga escala contra um conflito em que os
europeus sairiam todos a perder, em todos os sentidos.
O
texto que a Visão publicou há dois dias começa assim:
Tudo leva a crer que está em preparação
a terceira guerra mundial. É uma guerra provocada unilateralmente pelos EUA com
a cumplicidade ativa da UE. O seu alvo principal é a Rússia e, indiretamente, a
China. O pretexto é a Ucrânia. Num raro momento de consenso entre os dois
partidos, o Congresso dos EUA aprovou no passado dia 4 a Resolução 758, que
autoriza o Presidente a adotar medidas mais agressivas de sanções e de
isolamento da Rússia, a fornecer armas e outras ajudas ao governo da Ucrânia e
a fortalecer a presença militar dos EUA nos países vizinhos da Rússia. A
escalada da provocação da Rússia tem vários componentes que, no conjunto,
constituem a segunda guerra fria. Nesta, ao contrário da primeira, assume-se
agora a possibilidade de guerra total e, portanto, de guerra nuclear. Várias
agências de segurança fazem planos já para o Day After de um confronto
nuclear.
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