Há
exactamente 4 anos que Portugal pediu “assistência financeira” à troika e
facilmente se constata, através de números oficiais, que apenas uma pequena
minoria se encontra agora em melhor situação do que em 2011. Os factos falam
por si:
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Quase dois milhões de portugueses vivem com menos de 411 euros mensais – 19,5%
(contra 18,7% no ano anterior). Mas o número real é bastante maior. Há cerca de
640 mil pobres que não aparecem nas estatísticas.
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20% das mulheres e 18,9% dos homens vivem com menos de 411€ por mês.
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Entre os desempregados o risco de pobreza atingiu os 40,5%, consolidando-se a tendência
de aumento que vinha desde 2010.
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O aumento do risco de pobreza foi maior para as crianças e jovens menores,
tendo passado de 24,4% em 2012 para 25,6% em 2013.
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Os dados revelam ainda aumentos de risco de pobreza das pessoas com emprego
(10,7%, mais 0,3 pontos percentuais que em 2012) e dos reformados (12,9%, mais
0,2 pontos percentuais que em 2012).
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Há cerca de 1,139 milhões de desempregados em Portugal.
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Apenas 32,2% dos desempregados recebe subsídio de desemprego
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A terça parte dos idosos vive na pobreza.
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Portugal é o segundo país da Europa onde as pessoas trabalham até mais tarde.
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Verificou-se uma queda vertiginosa dos salários entre 2010 e 2014.
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10,9% da população sofre de privação material severa.
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Portugal foi o país que teve um maior aumento da carga fiscal sobre os
rendimentos do trabalho em 2013.
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Quase 17% da população até aos 29 anos não tem qualquer actividade.
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8 em cada 10 desempregados com mais de 45 anos não encontram trabalho.
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30% dos jovens entre os 20 e os 24 anos vive com menos 409 euros mensais. 31,3%
dos jovens entre os 15 e os 34 anos estão desempregados.
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Só 4% dos jovens ganha mais de 900€ por mês.
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Entre 2007 e 2013 emigraram 517 mil portugueses. Só mo ano passado foram 110
mil.
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Portugal é o país da Europa com mais emigrantes em percentagem da população.
Apesar
destes dados aterradores, a crise não é para todos:
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O fosso entre ricos e pobres voltou a acentuar-se, passando de 6,0 em 2012 para
6,2 em 2013. O rendimento dos 10% da população com maiores recursos foi 11,1
vezes superior ao rendimento dos 10% mais pobres (10,7 em 2011 e 9,4 em 2010).
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Portugal gasta quatro vezes mais em benefícios sociais para os mais ricos do
que para os mais pobres.
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Em 2015 os portugueses pagarão mais €2006 milhões de impostos e as empresas
menos €892 milhões. 60% de toda a riqueza de Portugal está concentrada nos 10%
mais ricos.
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30% dos milionários surgiram nos últimos 3 anos.
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A crise tirou €3,6 mil milhões aos salários e deu €2,6 mil milhões ao capital.
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Depois dos €3900 milhões emprestados pelo Estado ao Fundo de Resolução Bancária
por causa da capitalização do Novo Banco, o governo injectou outros €1500
milhões.
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As autoridades portuguesas deixaram passar em branco todos os casos de suborno
ou de corrupção internacional envolvendo decisores e agentes o sector público
detectados entre 15 Fev. de 1999 e 1 Jun. de 2014.
Portugal
refém da dívida:
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A dívida de €216697 milhões (130,8% do PIB) - €21697 por habitante
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Em 4 anos Portugal vai ter de pagar €62 000 000 000 a credores.
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Juros da dívida a pagar em 2015: €8200 milhões (5% do PIB).
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A lógica dos credores é a da perpetuação da dívida com juros elevados.
Os dados aqui indicados são provenientes
de um grande número de fontes que seria fastidioso enumerar. Mas o mais
importante a ter em conta é que todos aqueles a quem esta informação chegue a
divulguem o mais possível para que a propaganda mentirosa do poder neoliberal,
que não se concentra apenas na maioria de direita, não se sobreponha à
realidade dos factos perante os portugueses. Nas eleições do próximo Outono é
preciso mostrarmos um cartão vermelho às políticas neoliberais venham elas de
onde vierem.
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