No dia em que se celebra o Dia
Internacional do Enfermeiro (12 de Maio), o Correio da Manhã (CM) ouviu Germano
Couto (GC), o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros que defende um novo modelo de
financiamento dos hospitais.
CM – Quais as condições de trabalho
no sector?
GC – As condições de trabalho em
algumas unidades de saúde são péssimas. Os enfermeiros estão cansados. Têm turnos
sobre turnos sem folgas. Estão mal remunerados, a atingir o limite. A segurança
do paciente está em causa.
CM – Defende um novo modelo de
financiamento da saúde?
GC – O actual modelo está gasto e é
arcaico. Baseia-se no número de consultas e cirurgias, e não em resultados na
saúde. Os hospitais têm de ser financiados de acordo com o bem que fazem aos
doentes. Se um doente é mal operado e tem de ser operado uma segunda vez, o
hospital recebe duas vezes. Isto é caricato.
CM – O modelo que defendem já é
utilizado?
GC – É o modelo do Consórcio
Internacional de Medição de Resultados e está implementado nos Estados Unidos,
Escócia, Holanda e Suécia.
CM – O modelo tem mais custos?
GC
– Hoje 27% do preço da saúde portuguesa é pago pelo doente do seu bolso, além
dos impostos. É uma das saúdes mais caras do mundo.
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