sexta-feira, 22 de maio de 2015

O LUCRO É QUEM MAIS ORDENA.


O alfa e o ómega do sistema capitalista é a obtenção do lucro e na fase extremista que agora atingimos esse objectivo tornou-se obsessivo. Todas as acções que levem à maximização do lucro são aceitáveis para os beneficiários do sistema, donos disto tudo.
Assim, as próprias acções de suposta ajuda aos mais carenciados estão inseridas naquele objectivo.
Em Abril passado, a Fundação EDP anunciou com pompa e circunstância – tinha de ser – que alargou o programa de solidariedade e reforçou o investimento para 2,1 milhões de euros. São milhões para fazer caridade perante receptores passivos e IPSS que permitem deduções de impostos e corrupções várias.
Após esta manobra propagandística, a EDP corta a electricidade a mais de 115 famílias que não têm meios para a pagar. No total são cerca de 480 pessoas, incluindo 70 crianças, a viver num bairro de barracas na Costa da Caparica. A maior parte dos moradores não tem água nem saneamento nas suas casas mas tinha conseguido electricidade através de uma ligação clandestina. Com o corte de energia eléctrica feito pela EDP, até este pequeno benefício perderam. Valeu-lhes a Câmara de Almada que disponibilizou um gerador, no entanto, insuficiente.
Estamos, pois, perante mais um exemplo de como funciona o neoliberalismo. Propagandeia-se a caridadezinha mas perante uma situação concreta de grande carência, ignora-se as pessoas…  

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