O
alfa e o ómega do sistema capitalista é a obtenção do lucro e na fase extremista
que agora atingimos esse objectivo tornou-se obsessivo. Todas as acções que
levem à maximização do lucro são aceitáveis para os beneficiários do sistema,
donos disto tudo.
Assim,
as próprias acções de suposta ajuda aos mais carenciados estão inseridas
naquele objectivo.
Em
Abril passado, a Fundação
EDP anunciou com pompa e circunstância – tinha de ser – que alargou o programa de solidariedade e reforçou o investimento para 2,1 milhões de euros. São milhões para fazer caridade perante receptores passivos e
IPSS que permitem deduções de impostos e corrupções várias.
Após esta manobra propagandística, a EDP corta a electricidade a mais de 115 famílias que não têm meios para a pagar. No total são cerca de 480 pessoas, incluindo 70
crianças, a viver num bairro de barracas na Costa da Caparica. A maior parte
dos moradores não tem água nem saneamento nas suas casas mas tinha conseguido
electricidade através de uma ligação clandestina. Com o corte de energia
eléctrica feito pela EDP, até este pequeno benefício perderam. Valeu-lhes a
Câmara de Almada que disponibilizou um gerador, no entanto, insuficiente.
Estamos, pois, perante mais um exemplo de
como funciona o neoliberalismo. Propagandeia-se a caridadezinha mas perante uma
situação concreta de grande carência, ignora-se as pessoas…
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