quinta-feira, 5 de março de 2015

A DEMISSÃO É O CAMINHO DE PASSOS, OBVIAMENTE



Os apaniguados do Governo (quer os que detêm o cartão do partido quer os que se escondem atrás do biombo de uma imaginária independência ideológica) afadigam-se nestes dias na comunicação social a encobrir a clamorosa omissão – chamemos-lhe assim para sermos generosos – de Passos Coelho que não pagou a Segurança Social 5 anos e falhou os seus compromissos fiscais. Coisa de somenos importância já que terá ocorrido antes de exercer as actuais funções…
“Sou de uma raça de homens que paga o que deve” bradava em 2014 Passos aos seus companheiros de partido, numa altura em que já tinha plena consciência que estava em falta perante o fisco e a Segurança Social, sendo ele o rosto do massacre fiscal a que os portugueses foram submetidos.
Há quem ache, e bem, que, neste momento, a única actuação digna do primeiro-ministro seria o pedido de demissão. Se o fizesse, rapidamente esvaziaria o balão do escândalo em cujo epicentro se encontra.
Exemplos não faltam de políticos em funções que tiveram de abandonar os seus cargos quando foram apanhados em situações de incumprimento anteriores ao momento em que desempenhavam funções governativas. Na Suécia, em 2006, uma ministra apresentou a demissão quando se apercebeu que durante vários anos não tinha pago a taxa de licença de televisão. Um segundo caso sucedeu ainda mais recentemente com o ministro francês do Comércio que acabou demitido passados nove dias de mandato porque não tinha entregado a declaração de impostos durante três anos seguidos, antes de ser ministro… De nada lhe serviu a regularização da situação, sendo obrigado a deixar o Governo, uma vez que não conseguiu travar o escândalo.
Estes casos ocorreram em plena Europa onde estamos integrados e não em qualquer país imaginário. Que exemplo podem dar os governantes ao cidadão comum no que diz respeito ao cumprimento das suas obrigações perante o Estado, quando são apanhados em falta e nada lhes acontece?
Aqui deveria entrar em cena o Presidente da República se ainda se encontrasse no exercício das suas funções…

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