Tal como ainda hoje
acontece em muitos países do mundo , de que o Brasil é um exemplo, até 1975 as mulheres
suecas eram obrigadas a recorrer a clínicas clandestinas e inseguras; desde
então, o país regista estabilidade tanto na taxa de abortos anuais como no
crescimento da população.
Também na Suécia,
salvo em casos excepcionais, o aborto era crime há 40 anos e, portanto,
passível de condenaçao em tribunal. Essa situação levava aos cenários que bem
conhecemos em Portugal: até à década de 1970 milhares de mulheres suecas morriam
todos os anos em consequência de procedimentos mal feitos em clínicas ilegais
ou, pior ainda, em locais sem qualquer protecção para a saúde da mulher. As que
sobreviviam mas eram descobertas, tinham o destino traçado: o julgamento legal
e moral e anos de prisão.
A lei, que
devolveu às mulheres suecas o direito de decidir sobre seus próprios corpos,
completou 40 anos em janeiro, e foi comemorada como uma das conquistas de
direitos humanos e igualdade mais importantes de todos os tempos no país. Até
mesmo um grande festival de música, organizado pela organização de direitos
sexuais e reprodutivos RSFU (Riksförbundet för sexuell
upplysning), foi realizado para comemorar a data. Entre o público havia famílias
inteiras com crianças de tenra idade.
Em Portugal a
legalizaçao do aborto teve lugar apenas em 2007 através de referendo, sendo
permitido até à décima semana de gravidez, por vontade da mulher,
independentemente dos motivos.
O Bloco de Esquerda orgulha-se
legitimamente do papel determinante que desempenhou nesta luta contra uma
injustiça e pela libertação das mulheres portuguesas.
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