Nada
acontece por acaso e, muito menos em política. Por isso mesmo, também não é por
acaso que raro aparece a opinião de um palestiniano nas páginas de um jornal de
grande expansão. O lobby israelita faz-se sentir em todos os sectores da nossa
sociedade e, por maioria de razões na comunicação social. De cada vez que algum
defensor da causa palestiniana emite uma opinião e coloca a descoberto a
política criminosa do estado de Israel é uma trabalheira que dá à propaganda
sionista para apagar as evidências vindas a público.
Para
aqueles que não se conformam com a continuação desta situação, há que
aproveitar todas as ocasiões em que é possível divulgar a posição defendida
pelo governo palestiniano. Encontrámos hoje no Público um artigo de opinião do
embaixador da Palestina em Portugal, o sr. Hikmat Ajjuri e não vamos
desperdiçar a ocasião para o divulgar.
Na
história recente, não há eleições que tenham sido seguidas assim tão de perto
por todo o mundo como foram as últimas eleições israelitas, a 17 de Março 2015.
O mundo estava curioso sobre o destino de Netanyahu, o político mais arrogante
e fabricante alguma vez conhecido na história de Israel.
Contra
os interesses do próprio país, Netanyahu começou uma guerra contra o Presidente
norte-americano, Obama, quem, com toda a sinceridade, serve a Israel e à sua
segurança mais que o próprio arrogante primeiro-ministro israelita. Dirigir-se
ao congresso norte-americano e espionar as conversas secretas iranianas e
norte-americanas, para sua glória pessoal, é o estilo de Netanyahu de insultar
os Estados Unidos da América e o seu Presidente.
Netanyahu
ganhou um mandato de quatro anos com votos de cérebros lavados. Vítimas
israelitas do medo e da ansiedade, do ódio e do desespero, que ele foi semeando
entre elas durante os seus — até agora — nove anos no cargo. O jornal Haaretz
comparou esses eleitores de direita com a mulher agredida que constantemente
volta para o seu marido abusivo.
Em
1992, Netanyahu, então membro de Knesset, afirmou que dentro de três a cinco
anos o Irão teria uma bomba nuclear e argumentou que esta era a maior ameaça
para Israel.
“Netanyahu
afirmou que Saddam também tinha armas químicas e biológicas (na verdade não
tinha) e avisou que, no momento em que os Estados Unidos atacassem, Saddam iria
lançar essas armas, contra Israel, e, mais interessante que tudo, previu que a
queda de Saddam teria um efeito particularmente positivo em toda a região,
podendo até mesmo levar à queda dos regimes do Irão e da Líbia.” (Haaretz, 08/03/2015)
Em
1996, ganhou as suas primeiras eleições através de um manifesto para destruir o
Acordo de Oslo, supostamente, antes que este destruísse o Estado de Israel.
Este manifesto, que foi publicado em 1993, sem dúvida, incentivou o assassínio
do único político israelita visionário, o falecido primeiro-ministro Rabin. A
17 de Janeiro de 2002, Netanyahu disse a Jack Katzenell, da Associated Press,
que o “Estado palestiniano nunca deverá ser estabelecido e que Yasser Arafat
deve ser derrubado”.
A
sua natureza racial ficou clara na véspera das eleições, quando fez um apelo de
última hora aos seus apoiantes para irem às urnas, de forma a combaterem a
elevada taxa de participação dos árabes israelitas. Esta natureza também foi
afirmada quando saudou um rabino que apoiou um trabalho sobre as leis de matar
os não-judeus. (Sefi Rachlevsky, 23/04/ 2013)
Por
outro lado, a sua natureza fabricante ficou clara quando jurou que nunca iria
permitir o estabelecimento de um Estado palestiniano, disse que, “certamente”,
se fosse eleito, não haveria um Estado palestiniano. Uma promessa que contradiz
o seu discurso em Bar-Ilan, em 2009, sobre os dois Estados a viverem lado a
lado.
Em
1997, Sharon disse a Netanyahu (o então primeiro-ministro), “um mentiroso foste
e um mentiroso permaneceste”. Alguns liberais e democratas viram um político
com estas características como um demagogo perigoso, uma visão que faz com que
Netanyahu seja considerado inapto para ser confiado como um parceiro para a paz
na Terra Santa.
Netanyahu,
nos próximos quatro anos de mandato, vai fazer tudo para perpetuar o actual
statu quo, o que significa mais miséria e mais perdas de vidas inocentes de
judeus, cristãos e muçulmanos que vivem na Terra Santa e além desta.
A
imposição da ONU de uma resolução sob o Capítulo 7, para materializar a solução
de dois Estados, na Terra Santa, com base no Direito Internacional, é a única
ferramenta eficaz, não apenas para resolver a paz na Terra Santa mas também
para derrotar o terrorismo. Porque a Palestina, que é ocupada por Israel, é um
Estado que abriga os lugares cristãos e islâmicos mais sagrados.
Na realidade, está tudo nas
mãos do galardoado com o Prémio Nobel, o Presidente Obama. Mas a grande questão
é, será ele capaz de transformar em acções as palavras ditas pelo ex-secretário
de Estado Dean Acheson: “A Carta da ONU foi uma versão condensada da filosofia
política norte-americana”?
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