sexta-feira, 20 de março de 2015

FRANCISCO LOUÇÃ SOBRE FUTURO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Numa daquelas suas tiradas que quase parecem um atentado à inteligência e maioridade do povo português Cavaco opinou há pouco tempo sobre o perfil do seu sucessor. Mais uma excelente oportunidade que o Presidente da República perdeu de estar calado. Posteriormente, sem êxito, quis desmentir a sua afirmação mas não há forma de reverter a calinada.
Esta semana a Visão pediu a seis personalidades de quadrantes políticos diferentes que elaborassem uma “lista de características que deve ter o próximo inquilino de Belém. Conclusão: o nome é só um detalhe”.
Francisco Louçã, 58 anos, ex-líder do Bloco de Esquerda definiu assim a sua opinião:
Não se pode esperar que um candidato apareça por obra do supremo alfaiate. Terá de aparecer por uma escolha política, pelas ideias que representa. E não vai depender do perfil, mas da vontade de cada um. Por mim, podem aparecer todos os que combatem as meias palavras. Hoje, à esquerda, os candidatos que pensam que têm hipótese de ganhar são aqueles que pensam que devem ter uma doutrina vazia. Ora, as candidaturas mais interessantes serão, justamente, as que tiverem um debate político forte. Serão aquelas que aparecerem com tempo, com consistência, com argumentos fortes e capacidade de juntar. As candidaturas exclusivamente partidárias serão pouco interessantes e representarão menos do que é preciso para mudar o debate político. Era preciso que o PR fosse alguém que ajudasse a pensar os problemas de Portugal e da Europa, porque mete medo que as coisas continuem como estão – que a Europa continue a ser o que é, que a Alemanha continue a impor austeridade, que as instituições continuem a despedir pessoas, que haja 40% de desemprego jovem em Portugal e 60% em Espanha. É preciso que seja um candidato que imponha o debate que as pessoas anseiam.

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